domingo, 13 de junho de 2010

A VIDA COMO ELA É - NELSON RODRIGUES


(Foto: Elenize Dezgeniski)

Grupo Delírio Cia. De Teatro – Curitiba

Data: 24 de junho de 2010 (Quinta-feira)
Horário: 20h30
Local: CAT


A VIDA COMO ELA É NELSON RODRIGUES é um espetáculo/revista que se utiliza de contos de Nelson Rodrigues, como “Delicado” e “Selvageria”, mais a história real da tragédia do assassinato de seu irmão Roberto Rodrigues, na redação do jornal de seu pai, para estabelecer um diálogo franco e expressionista com o pensamento e a obra do maior dramaturgo brasileiro. Toda a literatura dramática obsessiva, violenta e romântica do maior autor brasileiro é vivida no palco numa narrativa que mistura linguagens e delírios.

O espetáculo recebeu 06 (seis) indicações ao Troféu Gralha Azul, incluindo espetáculo, diretor e ator.


(Foto: Elenize Dezgeniski)

Em dezembro de 1929, Nelson Rodrigues, o maior dramaturgo brasileiro, tinha dezessete anos e trabalhava no jornal “Crítica”, propriedade de seu pai, Mario Rodrigues. Estava na redação quando Sylvia Thibau, vítima de manchetes difamadoras, atirou à queima-roupa em seu irmão Roberto Rodrigues, então com 23 anos. Queria, na verdade, matar Mario Rodrigues. Na ausência deste, matou o filho disponível. Roberto era ilustrador do mesmo jornal e tombou na sala ao lado. A reportagem policial entrou na vida de Nelson pela intimidade da dor e da perda. Ninguém tem dúvidas de que esse crime influenciou o escritor polêmico que mudaria a história, principalmente, do teatro brasileiro. As paixões arrebatadoras, inexplicáveis e trágicas, apimentadas pelo estilo jornalístico e escandaloso deram estilo à sua obra. Nelson conseguia a proeza de, numa linguagem seca e econômica, descrever com clareza, profundas almas atormentadas; e ao mesmo tempo, manter a distância necessária para até rir delas, como quem ri com dor, das próprias mazelas. Era um apaixonado pelo espírito humano e seus defeitos. Sofria com as impossibilidades e regozijava-se com as pequenas vitórias. Amava o ser humano no que ele tem de mais particular, nunca aceitando o homem como algo sobre o que, é possível generalizar. Para Nelson, cada homem é começo, meio e fim dele mesmo. Incomparável e indivizível. Aceitava a solidão como trágica condição humana. Só é possível ver Nelson Rodrigues como um moralista, num mundo de generalidades. Mas Nelson não foi apenas um dramaturgo, foi também repórter, cronista, contista e romancista. Sua obra deu-lhe o apelido de “pornógrafo”, sua postura política deu-lhe o título de “reacionário”. Assim viveu e assim morreu. Um indignado, um bufão de olhos gigantes, um artista de olhar privilegiado. Até hoje, 29 anos após sua morte, sua obra enxerga o que nossos olhos ainda não vêem. Partidário de um teatro que chamava de “agressor”, nunca se intimidou diante das cobranças sociais e das perseguições políticas (era, por exemplo, censurado pela esquerda e pela direita!) e, contrariando uma tendência de sua época, a do teatro político, desfilou em sua literatura uma galeria de adúlteros, canalhas, incestuosos, apaixonados, obsessivos e violentos personagens que, hoje, ninguém duvida serem retratos fiéis e ainda escondidos, de qualquer ser humano, minimamente humano. Construiu sua obra tendo como protagonista o homem prisioneiro de paixões avassaladoras, consideradas vergonhosas pela sociedade. Uma obra/julgamento, como ele mesmo definiu. Mas um julgamento brutal que não absolve nunca, só condena. Uma obra de caráter trágico, mas lúcido, cruel e patético! Violento e apaixonado. Nosso espetáculo “A Vida Como Ela É Nelson Rodrigues” é uma celebração e uma homenagem! É também um diálogo franco e expressivo com a vida real de Nelson Rodrigues, seu pensamento polêmico, os contos que ele chamou de “A Vida Como Ela É” e a originalidade de sua obra teatral. Um mergulho pelo mistério de sua coragem e pela ousadia de seus temas e seu estilo. Um espetáculo que faz da metalinguagem sua linguagem, para levar às platéias, a modernidade de Nelson Rodrigues e a profundidade e beleza de seu teatro radical, intenso e puro!
Edson Bueno


(Foto: Elenize Dezgeniski)

Descrições Técnicas do Espetáculo
Drama
80 min.
Maiores de 18 anos

Ficha Técnica
Adaptação e Direção Edson Bueno

Elenco
Regina Bastos Bruel
Tiago Luz
Chiris Gomes
Marcel Gritten
Martina Gallarza
Diego Marchioro

Trilha original Octavio Camargo
Piano David Sartori
Figurino e Maquiagem Áldice Lopes
Iluminação Beto Bruel
Cenário Gelson Amaral
Op. de Luz Fernando Dourado
Op. de Som Leonardo Pimentel

Direção de Produção Diego Marchioro

Assessoria de Imprensa Fernando de Proença e Paula Melech
Fotografia Elenize Dezgeninski
Design Gráfico Marcos Minini

Realização
Rumo Empreendimentos Culturais
Grupo Delírio Companhia de Teatro

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